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Comitê não deve aceitar ‘uso acidental’ de ostarina por Tandara, diz médico

O especialista em medicina esportiva e fisiatra, Fabrício Buzatto, enfatiza que mesmo se a jogadora de vôlei Tandara puder comprovar que o uso da substância identificada no teste antidoping foi acidental, o Comitê Olímpico não deveria aceitar essa justificativa. Tandara foi desqualificada dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A ostarina, que foi encontrada no exame antidoping de Tandara, não é estritamente um anabolizante, mas sim uma substância relativamente nova classificada como um modulador seletivo do receptor de androgênio. Essa substância tem uma ação direcionada aos receptores nos quais a testosterona e os anabolizantes atuam, afetando principalmente o músculo, o tecido ósseo e a queima de gorduras. Como resultado, a ostarina promove considerável ganho de força, redução de gordura e aumento da massa muscular. Devido a esses efeitos, seu uso é absolutamente proibido em qualquer evento sujeito a controles antidoping.

O acesso à ostarina não é simples, não sendo encontrada livremente nas prateleiras de farmácias. Atualmente, sua comercialização é regulada pela Anvisa, o que impede sua disponibilidade em farmácias de manipulação, embora possa ser adquirida pela internet. Mesmo que Tandara consiga provar que a ingestão ocorreu inadvertidamente, o Comitê Olímpico não deveria aceitar essa justificativa, a fim de evitar que tal alegação fosse utilizada por outros atletas.
Tandara foi excluída da participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio devido à detecção da presença de anabolizante em seu teste antidoping.